Chamo-me Teodoro, e não sou um vampiro, um lobisomem, ou sequer uma alma penada, quanto mais não seja porque esta história não é dessas. Sou apenas uma pessoa perfeitamente normal, que um dia atravessou uma cortina e começou a sua segunda vida. Esta é bastante parecida com a primeira, só que com outras prioridades. Por regra não mato pessoas mas, se isso der jeito, que mal é que faz? Acreditem, vão gostar mais de mim quando me conhecerem melhor.
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Teodoro e o Pato
Este meu diário, se assim lhe posso chamar, não está a andar tão depressa como eu esperava. É uma chatice, isto de tudo levar tanto tempo. Sem embargo, também não deixa de ser verdade que se as coisas não levassem tempo viriam a acontecer todas ao mesmo tempo, o que se podia tornar confuso, sobretudo na altura de acertar o despertador. Mas do que eu vos vinha falar era do Pato que visitou hoje o café. Não se tratava de um pato de verdade, é claro, que esse ainda teria menos de fazer ali do que nós, e que já é muito pouco.
Era um inspector da Polícia Judiciária que vinha investigar as circunstâncias da morte intempestiva de um outro frequentador, o Ambrósio – um tipo irritante que eu matei ontem, acho que me esqueci de vos dizer, também não nos podemos lembrar de tudo. Passei completamente despercebido ao investigador, o que me aborreceu, e me levou a atirar-lhe um prato. Porquê? Bem, conto-vos amanhã, que hoje já é muito tarde.
Vivam bem, boas mortes, e sobretudo não sejam apanhados.
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